Bispo anglicano participa de audiência com o Papa

O bispo Celso Franco, da #nossaIEAB, participou, no dia 30 de novembro, na Praça de São Pedro, da audiência com o papa Francisco. Na oportunidade, Francisco fez uma homilia para cerca de cinco mil peregrinos. Na sua fala, o pontífice enfatizou a importância do “consolar” numa época de desesperança, de desamparo e crise ética.
“Tal oportunidade [de audiência] nos foi possível graças ao apoio de dom Domenico Sorrentino, arcebispo das dioceses de Assis-Nocera, Umbra-Gualdo e Folignio, com quem mantenho estreita relação ecumênica. A audiência aconteceu de forma muito rápida, mas foi o bastante para me apresentar como bispo anglicano brasileiro e trocar com ele algumas palavras. Sua primeira preocupação foi me indagar sobre a situação atual da Amazônia, os povos originários, os pobres, acrescentando que estes são as principais vítimas da devastação ambiental, e sendo a Amazônia o foco principal, porque dela depende o planeta. Fiz-lhe saber, a seguir, sobre a população em situação de rua no município do Rio de Janeiro que, segundo dados da Secretaria de Assistência Social, em 2022, ficou estimada em 10.200 pessoas. Informei-lhe da nossa presença pastoral entre eles, onde, semanalmente, a Eucaristia é celebrada seguida de alimentação e cuidado na área de saúde. Movido pelo que lhe falei, Francisco voltou a apertar com as duas mãos as minhas mãos e, olhando nos meus olhos, disse: ‘Continue e anuncie esse evangelho libertador aos pobres e famintos, conforme pregava Jesus, o Galileu’”, informou o bispo Celso.
Para entender um pouco melhor esse momento tão importante de diálogo com o líder máximo da Igreja Católica, fomos conversar com o nosso querido bispo Celso.

1) Qual foi a razão desta sua visita a Roma?

Em primeiro lugar, pela minha identificação com o papa Francisco, com suas inquietações e desconfortos com certos segmentos conservadores da Igreja. Segundo, pela sua coragem e ousadia profética diante de um mundo dividido. Em terceiro lugar, pela sua espiritualidade franciscana e, por último, por sua preocupação pastoral com os pobres e crucificados do sistema, principalmente com a população em situação de rua onde, há 14 anos, venho exercendo um ministério conhecido como “igreja na rua” no centro do Rio, aos sábados, à noite. Ali, eu celebro com eles a eucaristia seguida de alimentação e cuidado pastoral na área de saúde, inclusive com encaminhamentos a clínicas especializadas.

2) Você tem alguma relação com a família franciscana?

Sim. Sou Franciscano da Ordem Terceira, professo, e represento a Ordem Franciscana no Brasil junto à Província Franciscana das Américas, que se reúne mensalmente via Zoom, abordando, agora, as questões Colonização, Descolonização e Ecologia Sagrada. 
Sou Capelão Residente pela Diocese na Europa, ministrando, eventualmente, para os anglicanos de língua inglesa na cidade de Assis, na Itália.

3) O que você, pessoalmente, levou consigo neste encontro com o papa?

A minha admiração pelo papa Francisco. De modo especial, por suas posições vindas de sua riqueza interior que grita por uma “igreja em Saída”.