Didaquê: você já ouviu falar deste importante documento histórico?

Didaquê, Instrução dos Doze Apóstolos ou Doutrina dos Doze Apóstolos é um escrito do século I que trata do catecismo cristão. É constituído de 16 capítulos e, apesar de ser uma obra pequena, é de grande valor histórico e teológico.
Estudiosos estimam que ele pode ter sido escrito antes da destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C. Outros defendem que foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C. Contudo, são coesos quanto à origem: Judeia ou Síria
Segundo Willy Rordorf, a Didaquê é uma “compilação anônima de diversas fontes derivadas da tradição viva, de comunidades eclesiais bem definidas”. Assim, a questão da datação equivaleria às tradições ali registradas, que remontariam ao século I d. C.
Quanto à sua autenticidade, é de senso comum que o mesmo não tenha sido escrito pelos doze apóstolos, ainda que o título do escrito lhes faça menção. Também é senso comum que tenha sido escrito por mais de uma pessoa.
O texto foi mencionado por escritores antigos, inclusive por Eusébio de Cesaréia, que viveu no século III, em seu livro História Eclesiástica. No entanto, Didaquê é considerado apócrifo por Eusébio, Atanásio de Alexandria (c. 367) e Rufino (c. 380).

Conteúdo

Nos escritos da Didaquê, além da catequese e liturgia cristã, o evangelho de Jesus é recomendado. A Didaquê também cita a oração do “Pai Nosso” como sendo “ensinada pelo Senhor” e finda com a afirmação em consonância com o livro Apocalipse, do Novo Testamento, de que Jesus voltará.
Nos escritos da Didaquê são reforçados o batismo no nome do Pai, Filho e Espírito Santo, sendo argumento para os que aceitam o dogma da Trindade, e contrapondo-se à defesa dos não-trinitários de que não existiam escritos cristãos do primeiro século que defendiam o batismo em nome da Trindade.
Finalmente, a Didaquê pode corroborar na argumentação de que escritos do primeiro século já apoiavam a tese teológica de que Jesus é Deus.
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