Após remover dois grandes vitrais que representavam os generais Robert E. Lee e Stonewall Jackson, ambos confederados e escravagistas, a Catedral Nacional de Washington anunciou que, no lugar deles, serão colocados vitrais projetados pelo artista Kerry James Marshall, conhecido por suas representações cotidianas da vida e da cultura afro-americana. Já os adornos ao redor das novas janelas terão inscrições da poetisa Elizabeth Alexander, cuja escrita explora a história e a política racial e de gênero.
“Esperamos, sinceramente, que um exame honesto do doloroso legado representado nessas janelas ajude todos os americanos a formar uma compreensão mais clara de nosso passado”, disse o reitor da Catedral Nacional, Randy Hollerith. “Olhando para o nosso futuro, estamos empenhados em trabalhar para ajudar a unir este país em torno de uma identidade compartilhada de inclusão, igualdade e verdadeira justiça para todos”, afirmou.
Massacre
A Catedral começou um período de discernimento sobre suas janelas após o massacre de nove membros da African Methodist Episcopal Church, em Charleston, Carolina do Sul, ocorrido em junho de 2015. O apreço do atirador, Dylann Roof, pela bandeira dos confederados, provocou um amplo debate para a remoção de todos os símbolos ligados a esta bandeira, já que ela é frequentemente utilizada por supremacistas brancos.
“Sua associação com a opressão racial, a subjugação humana e a supremacia branca não pertencem ao tecido sagrado desta Catedral”, disseram líderes da catedral e diocesanos à época.
Outras remoções
A Catedral de Bristol, na Inglaterra, já removeu uma estátua. Em Sussex, distante uma hora e meia de Londres, duas lápides com insultos de cunho racial também foram removidas. Enquanto isso, uma força-tarefa antirracista criada pelos arcebispos da Cantuária e York exortou a Igreja Anglicana em todo o mundo a tomar medidas concretas e decisivas na mesma direção.
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