O Grito de Eva representa o grito de muitas mulheres em nosso Brasil

O Grito de Eva é um daqueles livros que todo mundo deveria ler. Lançado recentemente pela editora Thomas Nelson Brasil, a obra trata da chaga da violência contra a mulher que, infelizmente, atinge grande parte das mulheres no país. Mas o diferencial deste livro é que ele coloca uma lupa em relação a essa violência em ambientes cristãos.
Por entender que a obra é de suma importância para a Igreja brasileira, e aqui incluímos a nossa Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), fomos atrás de mais dados. Aliás, é oportuno lembrar que temos, no contexto da IEAB, alguns projetos que trabalham a questão da violência de gênero, entre eles, a Casa de apoio Noeli dos Santos.
Também há o Empodere Sua Irmã, um coletivo composto por “mulheres, clérigas e leigas da IEAB em diálogo permanente com mulheres da Comunhão Anglicana, com organizações feministas e com outras mulheres de fé, ou não, acerca das questões que dizem respeito às relações de Gênero e Religião na busca cotidiana pela promoção da equidade de gênero”.

Números que assustam (e envergonham!)

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1 em cada 4 mulheres no Brasil foi vítima de algum tipo de violência no período da pandemia. Pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios foi na mesma direção: mostrou que tais abusos cresceram 20% durante a pandemia. Mas engana-se quem pensa que isso está restrito a esse período de confinamento. Muito antes de se falar em coronavírus a violência de gênero já era uma triste realidade por aqui. Prova disso é o que o Mapa da Violência de 2015, organizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), já apontava. Nele o Brasil figurou como o 5º país que mais matava mulheres.
E nem o contexto religioso parece “dar um jeito” nisso. Nada menos que 40% das mulheres vítimas de agressões físicas e/ou verbais são evangélicas. Uma realidade que, muitas vezes, é piorada com o incentivo ao silenciamento por parte da vítima.

O Grito de Eva

É para falar deste contexto que a jornalista Marília de Camargo César escreveu o livro O grito de Eva. De acordo com a divulgação da obra, o objetivo dela é dar “voz a essas mulheres – marcadas não apenas pela violência em casa, mas também pela invisibilidade e pelo silêncio – e expõe o papel da igreja na perpetuação da subjugação feminina”.
Na descrição feita no site da Amazon, consta o seguinte sobre a obra (o grifo é nosso):
“No meio cristão, a situação da violência contra a mulher é ainda mais grave, pois a maioria das vítimas que busca ajuda em suas comunidades de fé é aconselhada a ser paciente, orar e voltar para o marido agressor […]. Ao descortinar o véu de silêncio acerca do assunto, este livro-reportagem convida o leitor a abandonar a complacência e tratar do tema da violência doméstica em lares cristãos com coragem, lucidez e determinação, oferecendo justiça a todas as mulheres. Não há respostas fáceis, mas reconhecer o problema pode ser um primeiro passo na transformação de uma igreja verdadeiramente fiel aos ensinamentos de Cristo”.

Onde comprar O Grito de Eva?

Você pode comprá-lo na Amazon, neste link.
Se preferir, também pode ler um trecho (liberado pela Amazon) neste link.
E aí na sua comunidade, como a questão da violência de gênero tem sido tratada?

Imagem: Reprodução