16 + 5 dias de ativismo

No dia 20 de novembro, o Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento – SADD desafiou algumas mulheres, leigas e clérigas a escreverem algumas reflexões sobre a violência contra a mulher e assim convidou a Igreja, como um todo, para que juntas pudéssemos estar mais atentas e atentos a esta temática. Nos primeiros 5 dias nos foi apresentado a respeito da violência contra as mulheres negras, que não sofrem violência somente de gênero, mas também violência racial e como Igreja precisamos prestar atenção a nossa postura diante das mais diversas formas de violência. Assim, iniciamos os 16 dias +5 de ativismo contra a Violência às Mulheres. Foram diversos textos, desde testemunhos das lutas, dos avanços e retrocessos, do tema, quanto o resgate histórico e a necessidade de estar nas pautas e presente nas nossas mesas e rodas de discussões, sejam no meio eclesiástico como no secular.

Mas, enquanto escrevíamos, nossos textos, 13 mulheres foram mortas por dia no Brasil e 7 em cada 10 mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida. Sabemos que as mulheres são alvo de diversos tipos de violência, desde o assédio verbal a morte. Além da violência intencional, os crimes contra mulheres são justificados por questões de ordem cultural ou mesmo religiosa em diversos países do mundo. Muitas vezes ouvimos pessoas manifestando-se que este tema está superado, mas entendemos que ainda há um longo percurso a ser percorrido quando também nos deparamos com a triste realidade muitas vezes tão próxima de nós, até mesmo nos bancos de nossas Igrejas, estão mulheres agredidas convivendo com agressores, “entre nós está e não a percebemos”! Triste realidade!!

Os assassinatos ocorrem de diversas formas, como por armas de fogo, facadas e estrangulamentos; também sendo comuns que as mulheres sejam mortas queimadas, apedrejadas, obrigadas a tomar venenos e jogadas pela janela. Embora tenhamos percorrido uma longa estrada, nos envolvendo e trabalhando para diminuir estatísticas de mortes e violências, ainda há muito o que fazer, há necessidade cada vez mais de estarmos juntas, buscando diminuir tristes realidades de mortes de mulheres, nossas irmãs e companheiras.

A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, desde de 2015, por ocasião do Lançamento da Cartilha “Prevenção a Violência Doméstica” assumiu mais concretamente os desafios para trabalhar este tema, mobilizando toda a Igreja para desenvolver formações  nas diversas Paróquias de norte a sul do país, e ainda hoje continua mobilizar grupos paroquiais para continuarem com atividades, pois  consideramos a violência contra mulheres uma das violações de direitos humanos mais presentes no mundo, assim sendo somos desafiadas a cada ano, dia e hora a nos unir pelo fim pelo fim desta violência que infelizmente é presente nos diversos lugares em que estamos presentes. Desejamos que estes 16 + 5 dias de ativismo tenhamos conseguido atingir mais pessoas a  juntarem-se a causa da NÃO VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES,  pois juntas somos e seremos sempre mais!

“Mas é preciso ter força, é  preciso ter raça, é  preciso ter sonho sempre!
Quem traz na pele essa marca, possui a estranha mania de ter fé na vida!”