Mulheres, onde o divino se aconchega e a criatura criadora se expande!

A vida nos surpreende com muitas descobertas a cada dia que percebemos nosso corpo gestando o amor divino, sentimos que é a essência da vida em ebulição! Pensar sob esta ótica é deixar fluir o novo que há em nós, humanidade sábia. E não foi tarefa fácil nestes séculos e séculos de submissão e exclusão dos vulneráveis. Muitas mulheres nos antecederam nesta caminhada de luz e de libertação, nossa ancestralidade tem inspirado avanços e nossas decisões permitido que o sagrado seja co-criado. Nesta perspectiva podemos afirmar que as mulheres têm a força da transformação, e além disso, o compromisso efetivo de educação e amor com as gerações que as sucedem.

Meninas, Marias, Mulheres, que tem o dom da gerir comunicação de amor, de carinho, de criatividade e de conexão com o divino. Seres sagrados, que tem a força de não permitir que a violência se instaure, que a busca da justiça aconteça, e que com o foco nas pequenas coisas do dia-a-dia, vá nutrindo uma mudança instauradora do bem. Mulheres divinas que têm a consciência de ter o poder da mudança dentro de si, reúnem forças para vencer as opressões impostas por uma sociedade imperialista, que em muitas situações históricas, receberam as bençãos das instituições religiosas. Tema este que nos proporcionaria horas de estudo e aprofundamento, mas deixemos para outro momento.

Mulheres morrem efetivamente a cada dia, o índice de feminicídios aumenta assustadoramente. No primeiro semestre de 2019 no Brasil, a cada 4 h uma mulher é morta por ser mulher, por medo ou por ódio.  Por que as mulheres?…. Por que as mulheres? …… Porque as mulheres???

Porque elas, como no exemplo de Rosa Parks, 1955, EUA, nascida no Alabama, costureira, pobre,   que se recusou a ceder o seu lugar para um homem branco num ônibus, infringindo  assim a lei, e nesse pequeno gesto, mudou a história, dando início a luta antisegregacionista. Fatos semelhantes aconteceram no mundo todo e muitas vezes por interesses de exclusão e silenciamento, ficaram e ficam ainda, escondidos ou sem a devida importância.

Os 16 + 5, ou seja os 21 dias de reflexão nos fazem retomar esta força que movimenta e faz acontecer, e que pode fazer a diferença com atitudes, com métodos, com etapas, com técnicas exercitadas a cada dia, mobilizando o pensamento, as concepções, as ações. É preciso agilizar o cérebro e mudar o que foi instaurado de ruim, transformando e retomando o AMOR primeiro, essência de luz divina. Afinal somos co-criadoras de vida!

O que pode gestar a mudança? Que atitudes precisamos tomar diante dos fatos concretos que violam nossa segurança?  O primeiro passo é o nosso próprio reconhecimento como ser de luz que tem uma missão neste mundo, o segundo, é o encontro, a partilha, a celebração da VIDA em grupo, o terceiro, desenvolver um trabalho psicoterapêutico, uma das maneiras mais poderosas de encarar traumas, de assumir nossos medos e de mostrar os encantos que guardamos.  É mágico ver e sentir o grupo se formando, mulheres de diversos lugares, idades, profissões, buscando a partir de suas dores, reflexões, experiências, estudos, encontrar possibilidades de unir forças para deixar fluir o encantamento pela vida, depois disso nada mais segura essa força transformadora que resignifica a dor em gestos de AMOR.

Carmen Regina Duarte