CARTA DA CÂMARA EPISCOPAL SOBRE A PANDEMIA COVID-19

“Talvez seja o momento de reafirmar a infinita bondade de Deus revelada em sua Criação, o que
significa dizer que a doença e morte não fazem parte dos planos originais de Deus para o seu mundo
e, de acordo com a esperança cristã no livro de Apocalipse (Ap 21:4), tampouco o será no futuro
eterno, onde não haverá “nem dor, nem morte, nem enfermidade ou lágrimas”. Sendo assim, doença
e morte são “intrusas” neste mundo criado pela bondade divina e médicos e enfermeiras tem o dever
de lutar contra elas. Afinal de contas, toda cura é divina, pois Deus deu aos nossos corpos
impressionantes e maravilhosos processos terapêuticos”.  (John Stott, teólogo anglicano, no artigo “The Heading Ministry)

“IGREJA DE DEUS PARA O MUNDO DE DEUS”

Estimadas irmãs e irmãos em Cristo
Paz e Bem!

Enfrentamos momentos difíceis em nosso mundo. As sociedades enfrentam graves
problemas como a fome, o desemprego, a violência, a perda de direitos
fundamentais que garantam a vida com dignidade, justiça e paz.
Em nosso país, ocorre o sistemático e intencional desmantelamento das políticas
públicas e sociais que acaba por afetar a saúde e a educação, colocando à margem
um contingente cada vez maior de pessoas, aumentando a desigualdade social, a
pobreza e a violência.

Preocupantes são, também, a fragilização e os ataques às instituições que garantem
a constitucionalidade da democracia e do estado de direito.
Diante dessa realidade nossa Igreja tem anunciado uma palavra profética de
denúncia e anúncio e tem atuado inspirada em nosso mestre Jesus Cristo e na
compreensão anglicana da Missão, de forma determinada.
Considerando as decisões de várias províncias da Comunhão Anglicanas ao
redor do mundo e de outras igrejas irmãs e outras religiões, desejamos nesta
carta pastoral apresentar e compartilhar orientações pastorais com ações
preventivas que se fazem necessárias em relação à Pandemia do COVID-19 ou
“Novo Corona Vírus”.

Neste tempo de Pandemia e na defesa da saúde e da vida, conclamamos a todas
as pessoas (membros de nossas comunidades ou não) a seguirem rigorosamente
as orientações e os protocolos de prevenção prescritos pelo Ministério e
Secretarias da Saúde.

Seguir essas orientações será fundamental para conter a disseminação do vírus e
salvaguardar a vida de todas as pessoas. Sabemos que cada estado tem sua
realidade específica e a situação poderá ser avaliada diferenciadamente, de
acordo com cada Secretaria Estadual de Saúde.
No entanto, cresce o entendimento entre as autoridades da Saúde e Educação
públicas, que sem um esforço coletivo de toda a sociedade não será possível
conter um aumento de casos que, além de oferecer grave risco especialmente
para a população mais idosa e pessoas com baixa imunidade, o próprio Sistema
de Saúde Único (SUS) poderá entrar em colapso.
Seguir essas orientações será fundamental para conter a disseminação do vírus e
salvaguardar a vida de todas as pessoas. Sabemos que cada estado tem sua
realidade específica e a situação poderá ser avaliada diferenciadamente, de
acordo com cada Secretaria Estadual de Saúde.
No entanto, cresce o entendimento entre as autoridades da Saúde e Educação
públicas, que sem um esforço coletivo de toda a sociedade não será possível
conter um aumento de casos que, além de oferecer grave risco especialmente
para a população mais idosa e pessoas com baixa imunidade, o próprio Sistema
de Saúde Único (SUS) poderá entrar em colapso.

Se conseguirmos evitar ao máximo a circulação de pessoas enquanto ainda não
há uma contaminação em massa, poderemos conter o avanço da doença e tratar
adequadamente tanto as pessoas que venham a contrair o vírus quanto as
outras que já estão sendo atendidas pelo sistema de saúde pública. Por isso
insistimos: é muito importante evitar a circulação e aglomeração de pessoas, de
forma que haja contenção.

MEDIDAS SANITÁRIAS DE PRECAUÇÃO E PREVENÇÃO
• Seguir expressamente as orientações das Secretarias de Saúde dos estados e
municípios;
• Realização de apelos pelas redes sociais para que as pessoas não entendam
esse período como uma espécie de período de férias, e sim compreendam que o
isolamento social é necessário para a contenção do vírus enquanto ainda há um
número controlável de casos no Brasil.
• Exortação para que as pessoas permaneçam em suas casas, saindo para locais
públicos apenas em casos de extrema necessidade, conforme as orientações do
Ministério da Saúde.
• Replicar e compartilhar as recomendações do sistema de saúde quanto às
medidas sanitárias necessárias, cuidados pessoais e quando é adequado (ou
não) buscar atendimento médico.

RECOMENDAÇÕES PASTORAIS DE PRECAUÇÃO E PREVENÇÃO

• Suspensão temporária de visitas a asilos, lares de pessoas idosas, hospitais, ou
atendimento pastoral domiciliar para pessoas idosas ou enfermas, como forma
de proteção das vidas destas pessoas;
• Suspensão dos expedientes nos Escritórios diocesanos ou Paroquiais pelas
próximas duas semanas e que todo atendimento seja realizado por telefone ou
on-line;
•Que, pelo menos, nos dois próximos domingos de março as Igrejas estejam
fechadas, suspendendo as celebrações semanais e outros atos litúrgicos até dia
04 de abril, em resposta ao Protocolo de prevenção da OMS e dos decretos dos
governos estaduais. Este prazo pode ser alterado caso haja novas orientações
das autoridades sanitárias;
•Adiamento de todas as reuniões, seminários e eventos em nível nacional, nas
áreas provinciais, nas dioceses e Distrito Missionário, pelos próximos 60 dias, ou
mais, dependendo da evolução do quadro da pandemia no Brasil;
•Cancelamento de todas as viagens e visitas pastorais episcopais pelos próximos
40 dias;

AÇÕES PASTORAIS E LITÚRGICAS RECOMENDADAS

• Recomendando-se que sejam realizadas “lives” com liturgias de Oração
Matutina e ou Vespertina, bem como a Benção da Saúde, litanias e orações
especiais e outras mensagens pertinentes;
• Utilização das redes sociais para oferecer pequenos vídeos e ou áudios com
orações, liturgias e palavras de conforto e, eventualmente, com toda a segurança
possível, mantenhamos plantões dominicais em nossos templos para apoio
espiritual dos fiéis;
• Oferecimento de atendimento pastoral e aconselhamento por mensagens de
celular e/ou telefonemas;
• Recomendamos que, além de suspender temporariamente as atividades da
igreja, evitemos, da mesma forma qualquer atividade com outras pessoas e
grupos que não sejam absolutamente
Necessárias.

Isto não impede, que assim que seja possível, os templos
permaneçam abertos para visitação, sempre com disponibilização de álcool gel.
Finalmente, em tudo busquemos fortalecer a nossa espiritualidade pessoal e
comunitária, “orando sem cessar”, praticando a solidariedade de forma criativa
e efetiva, e tendo presente o que Jesus nos ensinou e ensina: “Ama a Deus acima
de tudo e ao teu próximo como a ti mesmo”.

Permaneçamos em oração para que nossas atitudes demonstrem verdadeira
responsabilidade e compromisso para com a vida, não apenas a nossa, mas as
vidas das pessoas que fazem parte dos grupos de risco.
Exortamos também a todas as pessoas, ordenadas ou não, para que não se
exponham desnecessariamente e reforçamos o convite a toda a igreja para que
mantenhamos uma firme corrente de oração.

Permita Deus que este esforço seja realmente bem-sucedido e possamos vencer,
através da solidariedade e responsabilidade mútuas, este desafio para a saúde
pública.
Concluímos esta carta pastoral reafirmando ao povo de Deus as nossas orações
e nosso cuidado pastoral com toda a família da Igreja.

Compassivo e misericordioso Deus, que sempre estás mais pronto a ouvir as
orações daqueles que põem a sua confiança em ti; atenta, com a tua graça, para
nós que te invocamos, nesta hora de angústia, concede-nos o teu auxilio
salvador; mediante nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
Socorre, ó Senhor, teu povo fiel que pranteia neste momento, em meio a
calamidades e catástrofes. Cerca-nos de teus anjos e envia pessoas amigas que
possam confortar-nos neste momento de dor, agindo como mãos e braços teus
no amparo de toda a gente. É o que te pedimos, por Jesus Cristo. Amém.
Tem piedade, ó amorosíssimo Deus, de quem perdeu seus lares, seus bens e até
mesmo suas famílias em tragédias (como N). Sê com essas pessoas neste
momento de desespero e toca em nossos corações para que possamos ser
agentes do Evangelho e levar alimento, socorro e abrigo às pessoas necessitadas.
Tudo isso, te rogamos, mediante Jesus Cristo. Amém.

ORAÇÕES EM TEMPO DE CALAMIDADE (LOC PÁG. 517 E SS.)
Ouve nosso pranto, ó benigno Senhor, pois já não temos a quem recorrer. Falta-nos auxílio. Estamos em desespero. Manda-nos pessoas para que, em teu nome,
possam trabalhar pela proteção e defesa de todos nós. Aumenta nossa fé, para
que possamos resistir a esta provação, na certeza de que, ao fim de tudo,
ninguém ficará em desamparo, pois Jesus Cristo é o nosso Senhor, e nos deu a
vitória final. Amém.

Bispo Naudal Alves Gomes – Diocese Anglicana do Paraná – Primaz da IEAB
Bispo Maurício Andrade – Diocese Anglicana de Brasília
Bispo Francisco de Assis da Silva – Diocese Sul Ocidental
Bispo João Câncio Peixoto – Diocese Anglicana do Recife
Bispo Humberto Maiztegui – Diocese Meridional
Bispo Eduardo Coelho Grillo – Diocese Anglicana do Rio de Janeiro
Bispa Marinez Rosa dos Santos Bassotto – Diocese Anglicana de Belém
Bispa Meriglei Borges da Silva Simim – Diocese Anglicana da Pelotas
Bispo Francisco Cézar Fernandes Alves – Diocese Anglicana de São Paulo

acesse o link para baixar:

Carta Câmara Episcopal – COVID 19